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entre a vanguarda e o atraso – as capas de disco da bossa nova, sambajazz e m.p.m. sob o regime militar




No final da década de 50 até meados de 60 como resultado da tensão das transformações econômicas, políticas e sociais do governo Kubitschek até a alta incerteza da véspera do golpe militar em 64 e a sua consequente repressão, o país se torna berço de artistas em busca do progresso por meio da inovação da bossa nova, sambajazz, M.P.M e os primórdios da M.P.B.


Com o amadurecimento da indústria fonográfica, a transformação musical apresentada por esses artistas foi acompanhada do desenvolvimento visual que passam a compor as capas de discos, com forte influência da escola alemã, HfG Ulm (Escola de Ulm, 1953). Formada por ex-alunos da escola moderna da déc. de 20, Bauhaus, o pensamento Ulmiano inspirou as nascentes escolas de design do Brasil.


Nesse contexto, projetistas como Goebel Weyne para Forma, Cesar Villela e as equipes das gravadoras como Som Maior, Philips e Odeon, que desafiados a comunicar a disruptividade sonora, como o minimalismo da bossa ou a energia do sambajazz, desenvolvem um novo vocabulário e identidade.


Os músicos adeptos da bossa nova, sambajazz ou M.P.M., em sua maioria, não se enquadraram no que poderíamos chamar de “arte engajada” ou “música de protesto”, mas mesmo assim, o regime militar reprimiu nomes como Elis Regina, Tânia Maria, Zé Keti e muitos outros.


Por mais que as capas não ilustrem/denunciem o momento político explicitamente, sua forma ao menos reivindica o lugar que definitivamente nunca pertenceu aos militares, do sofisticado, do novo e daquilo que aponta para o futuro.



Este post é uma colaboração de @esterarscerta


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